A liberdade é a permissão desenfreada
É um ar mais puro, uma fruta mais doce
A liberdade é passiva e aceitável
Perigosa e maleável
Libertos do amor estão os desalmados
Libertos da raiva estão os imortais
Estamos presos à presença da liberdade
Pois nada é tão complexo, quanto os desiguais
Libertar-se é sorrir na despedida
É não deixar abater-se diante da morte
É aplaudir quando lhe falta sorte
E, por que não, chorar ao se conquistar
Liberdade, palavra triste
Aos mortos libertos dessa vida
Aos moribundos em um beco sem saída
Às correntes que lhe saciam a fome
Ninguém a possui
Todos a almejam
Muitos viram passar
Outros morrem sem provar
