Sons de “tic-tac” num silêncio profundo
Uma luz brilhante num imenso quarto escuro
As folhas recobrem um corpo imundo
Que entra num sonho, um mundo obscuro
Abre-se uma porta que não tem fechadura
Um ardor pulsante e um lugar imenso
Dentro de sua mais pura loucura
Pensa em ter parte daquele vermelho intenso
Sentindo-se limpo, pisa num tapete de amor sem igual tamanho
Senta-se nuns flocos de neve que parecem estar no lugar errado
Olha para as luzes que vem de dentro de um objeto estranho
Levanta-se e se depara com um sol dentro de um lampião apagado
Andando pela imensidão, sem ter o receio de ver onde pisa
Não se sente leve para poder voar, nem pesado ao ponto de afundar
Mas fantasiado de uma forma que não há tempo pra respirar
E estupefato de tantas alegrias e loucuras se põe a deitar
Ficou ali, perdido em seus pensamentos
Que percebeu que aquele lugar era um coração
Mas onde estão as mágoas e todos aqueles lamentos
Onde estará todo aquele ódio naquela imensidão
Um enorme buraco abre-se no tapete e começa a sugá-lo sem resistência
Vê o seu corpo imóvel lá embaixo no breu e sua alma caindo leve
Quando num instante acorda, com palpitações e uma fúnebre aparência
Não se lembra do sonho, mas acorda com seu corpo coberto de neve
