Quando nasci


 

Entre túmulos profundos e às grades 

Voa o pássaro negro esguio e solitário 

Alguns cães ladram ao lado de fora 

Alguns gemidos são ouvidos 

 

Eu já me acostumei a ser o sussurro frio 

Voando entre às foices e correntes 

Alforjes enferrujados e rústicos 

Ouço os pingos da chuva escorrendo à lápide 

 

As dobradiças do portão ecoam firmes 

Como uma prisão sem teto e sem fim 

Sem cigarros, bebidas ou quaisquer distrações 

Sem condições ou julgamentos 

 

Aquele velho odor de velas esquecidas 

Derretidas pela escuridão que as apagam 

Alguns centavos sobre a mesa da capela 

Um velho anel perdido de prata esverdeada 

 

Pela manhã o velho pássaro repousa 

Um aroma de café velho enlatado exala 

Exílio de alguns pobres penitentes 

E os olhares fúnebres de velhos amigos 

 


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