Erro animal


 

Estes são os olhos de um lobo negro 

Que contempla o morro com seu uivo breve 

Indagando a força de um urso para se curar 

Refugiando-se antes que os urubus o leve 

 

Por ali, corria sem medo de ser feliz 

Todas as paisagens pareciam iguais e lindas 

Onde todo o tesouro era descoberto sem cicatriz 

E todos os contos que dali saíram viraram lendas 

 

Hoje, em seu quinto dia de angústia, quase não respira 

Quase não tem sonhos e as lembranças se esvaíram 

Seu pelo todo vermelho pelo sangue que transpira 

Caído na armadilha que os morcegos construíram 

 

Adormece ao som de um pássaro 

Que tem um canto sombrio e sereno 

Parecendo ser seu anjo da morte vindo lhe buscar 

Calmamente dormiu como quase se rendendo ao veneno 

 

Aquele velho lobo tremia das patas à cabeça 

Tendo espasmos uniformes ao coma de sua bela canção 

Que por ali chegava ao clímax 

Como numa involuntária retidão 

 

A força tão esperada de um urso toma o lobo por completo 

E ele levanta parecendo estar se preparando para voar 

Quando a única coisa que se ouve é seu último uivo 

Aquele que era necessário para sua alma repousar 

 

 


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