O breve alaranjado do fim de tarde


 

Somente um suspiro da vida 
Um aperto de mãos, abraços 
Uma troca de olhares, palavras 
Um só sentido de uma só escolha 
 

Quais os segredos dessa vida incerta 
À espera de um futuro distante 
O medo de arriscar, superar 
Qual o sinônimo de tanto querer 
 

Seriam os astros sussurrando 
A divergência dos estados temporais 
A vontade encrustada no amuleto 
Aquela centelha, o bater das asas 
 

Talvez o querer seja platônico 
A entrega aristotélica 
A saudade um tanto quanto cristã 
E a desistência tão humana 
 

Damos o devido valor ao presente 
De acordo com o que passamos, sentimos 
Na expectativa do breve porvir 
O breve alaranjado do fim de tarde 
 

O fogo veio e queimou meu sorriso 
A água veio e se fez em lágrimas 
Ao enterrar a última semente que havia 
Num vendaval ambíguo e sem apetites 

 

 


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