O encanto do desespero sussurra frio
Como um afeto para com o feto num quarto sombrio
Escoltado por cortinas tecidas com estranho fio
Afaga a alma, mas prolifera um enorme vazio
Ao cair da noite na casa dos horrores
Escadas escondem o rufar dos tambores
Uma luz acesa no sobre piso sem cores
Atordoa até o mais frio dos senhores
O ritual começa sem a presença mais importante
A vítima parecia jovem com sua beleza estonteante
Em seu peito escorre, vermelho, uma adaga brilhante
A oração foi feita e todos calados por um instante
O fim não chega quando estamos assustados
Nem a noite passa quando nos sentimos encurralados
A felicidade não voltará para os envolvidos
Assim como a vida não sorrirá nem falará em nossos ouvidos
Beleth chorou sangue por vários dias
Até ser levado à sala de redenção
Não ver mais o sangue, era uma de suas alegrias
Aos que foram poupados restou aflição
Nosso julgamento adiado por mais um ano
Nosso dever cumprido mais uma vez
Nossa tradição honrada sem ponderar
Nossa culpa imposta jamais vai acabar
